terça-feira, 22 de março de 2011

Fim dos Tempos? Ou o Inevitável caso do Eterno Retorno



evangélicos do mundo todo se deleitam com a possibilidade da volta de Jesus para busca-los - pois apenas eles serão salvos – por conta das intensas e recorrentes catástrofes naturais de proporcionalidades inenarráveis, nós, ímpios, pobres mortais destituídos da graça de Deus, observamos atônitos (ou mesmo participamos como no caso da região Serrana do Rio) as tragédias ocorridas nos últimos anos. Imaginamos realmente que o fim do mundo está próximo e não é pra menos: de 2001 pra cá, cerca de 10 abalos sísmicos de escalas desastrosas atingiram várias partes do mundo, contabilizando mais de 400 mil mortos (sem estimativa para as vítimas do Japão), isso sem contar com enchentes, inundações, ciclones, ondas de calor e uma longa lista que remonta os idos de 1138, na síria com a morte de 230 mil pessoas após um grande terremoto, seguido da peste negra na Ásia central e Europa com um número absurdo de mortos: 75 milhões de pessoas perderam suas vidas.

A lista de catástrofes que conhecemos é enorme. No entanto há eventos de magnitudes impensáveis que não temos registros, apenas evidências. O fato é que catástrofes como as ocorridas nos últimos dez ou cem anos sempre aconteceram e continuarão a acontecer. Quando vemos coisas assim é mais humano pensar que a tendência é piorar... (consequências da complexidade evolutiva de nosso metapensamento).

Caso não tivéssemos os meios de comunicação que temos hoje, dificilmente saberíamos que o Japão estaria prestes a emergir no oceano pacífico. Nem precisa ir tão longe, pouco saberíamos que a região serrana do Rio tinha sido devastada pelas chuvas intensas... O que acontece no Japão, parece filme de ficção científica: Tsunamis, desastres nucleares... não me assustaria se anunciassem a chegada de um meteoro gigante à Terra (é possível!!!)

O Planeta tem seus processos naturais. Eles são cíclicos, mas o homem não respeita esse ciclo. A interrupção desses ciclos gera o agravamento desses desastres naturais e claro, após o surgimento do homem moderno, esses desastres vêm se tornando mais frequentes. Em minha opinião a culpa desse agravamento é consequência da ambição do homem que atua em seu ambiente da forma mais prejudicial possível.

Se o fim do mundo está próximo, eu não sei. O que sei é que se continuarmos nessa mesma mentalidade mesquinha, egoísta, antropocêntrica e desreipetosa o fim do homo sapiens será inevitável.

terça-feira, 15 de março de 2011

End Game


No fim, quando chega ao fim mesmo, não há beijo de despedida. Não há nenhuma música romântica tocando enquanto se afastam... apenas um zumbido surdo e irritante que não cessa nunca. Nunca!

Os números não precisam ser apagados do celular, pois já estão na memória de qualquer forma. Apenas não se quer ligar mesmo, não tem mais por que! A devolução de pertences alheios se faz sem cerimônia. Por um amigo ou uma amiga em comum. O que der. O resto não se faz questão. Perfis sociais modificados por frases que alcancem de alguma forma o outro, do outro lado. Ora que machuquem, ora que façam refletir...

A casa vazia, cheia de lembranças despedaçadas. A alma vazia, cheia de hematomas metafísicos, enrugada, acuada em algum lugar do estômago que dói... (preciso daquelas pastilhas para gastrite...)

O amor, sentimento puro e verdadeiro, cede à frustração e ao constrangimento. Busca-se rotas de escape, fugas, paliativos, algo que preencha, nem que seja só por uma noite, o vazio deixado pelo outro. Busca-se apenas, sem perspectiva de encontrar de fato. Não há muito a ser feito, a não ser parar de esperar.

Os finais de semana que eram vazios tornam-se terrivelmente vazios. Os dias preenchidos por ligações preocupadas são bruscamente finalizados com um “the end” gigante. Entre um copo e outro, entre um corpo e outro, entre um filme e outro, entre um beijo e outro: apenas o torpor e a mesma hanseníase sentimental de uma vida sediciosamente estranha.

A vida segue cambaleante. Como um ébrio que não consegue sustentar a si mesmo. Ambos livres para escolherem suas próprias escolhas... percorrer seus próprios caminhos. Se cada segundo foi uma eternidade, observemos o que vem pela frente.