Foi o Zequinha quem fez a denúncia que envolvia o irmão mais velho, o Carlos, sobre um escândalo de corrupção. Tudo isso por causa de um pedaço de chocolate. O Zequinha pediu e o Carlos não deu. Assim ele (o Zequinha) resolveu botar a boca no trombone mesmo, acusando Carlos de desvio da verba do cursinho de inglês para o financiamento de uma moto.
A princípio o seu Aristides, que se declarou presidente, teve pressa em fazer uma investigação e intimou Carlos Souza para depor, após ser feita a quebra de sigilo de gaveta (um espaço adolescente altamente perigoso e sombrio) onde foi descobertas duas revistas playboy de 1989, um comprovante de pagamento do suposto esquema de financiamento, dois rolos de barbante que o seu Aristides achou bastante suspeito e um bolo de notas antigas.
O depoimento de Carlos durou quase duas horas e foi bastante revelador. Três nomes foram citados como beneficiários dos recursos desviados: Lucia Souza, a Lucinha, e Rosa Souza, aparentemente irmãs (pelo menos era o que suspeitava o seu Aristides que era o pai).
Com todas as provas (inclusive o comprovante do pagamento da vigésima segunda mensalidade da moto) Carlos alegou serem falsas as acusações feitas por Zequinha e disse que isso foi uma manobra feita por ele (o Zequinha) para manipula-lo.
Sobre as duas irmãs envolvidas no suposto esquema não estavam obrigadas a falar a verdade e pouca coisa se revelou. Seu Aristides exigiu a quebra do sigilo de escrita e analisou todas as anotações dos diários das garotas dos últimos seis meses onde não encontrou nada além da descrição exata dos últimos 17 caras que a Lucinha havia agarrado, com uma longa lista dos 35 possíveis pretendentes.
No diário de Rose Souza, apareceram vários nomes, entre eles o de D.Janice Souza, mãe de Carlos Souza, o então acusado do suposto esquema e imediatamente foi convidada a depor, mas que usou o pretexto de estar fazendo almoço para conseguiu mais tempo. O que chamou atenção de seu Aristides, no entanto, foi uma série de desenhos macabros e obscuros. Aquilo teria que ser verificado...
À tarde Zequinha encontrou alguns comprovantes de compras feitas em nome de Aristides Souza, o então presidente da CPI, queimados na varanda e pediu pressa na apuração de fotos além de observar um comportamento suspeitíssimo de D. Janice Souza que, apesar de não ser fumante, carregava consigo, por todo dia, um pequeno isqueiro.
Devido a pressão feita por Zequinha (e talvez pq estivesse na TPM ) D Janice Souza acabou cedendo e confessou ter feito tráfico de influência para colocar Carlos no curso de inglês, mas não tinha envolvimento no desvio de verba; e mais: disse que havia estourado o limite de cartão de crédito de Aristides...
Enquanto isso Carlos tentava uma possível negociação com Zequinha, oferecendo-lhe uma barra de chocolate caso ele (o Zequinha) retirasse as acusações.
O Zequinha aceitou com a condição de ser o chocolate que ele quisesse impreterivelmente nas sextas-feiras antes de da aula.
Ao final todos comeram uma pizza do tamanho do Congresso Nacional.
Com a acusação anulada, seu Aristides deu por fim as investigações mas continuou com a pulga atrás da orelha.
_Aqueles rolos de barbantes...