segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Democratização da Democracia




A crise que se abateu sobre o Distrito Federal é a prova cabal da fragilidade da democracia e da prática política, bem como do desfaçamento das instituições públicas quando da utilização da coisa comum, coisa pública. A análise pode ser feita, no entanto, olhando-se por dois aspectos: se por um lado a crise mostrou-nos a nudez moral, as práticas culturais corruptas e ultrapassadas, a pequenez de espírito de nossos representantes; por outro fez nascer (ou evoluir) a indignação popular, a organização da sociedade civil – desorganizada - em torno de um objetivo e o senso crítico em expansão que fez, por exemplo, um governador de Estado dormir na prisão.

Não se pode negar que no fim de tudo as amarras foram afrouxadas, os culpados foram soltos e o dinheiro público tornou-se patrimônio de outrem que não seja o povo, mas já é um começo.

A questão básica da democracia e o que a alimenta é justamente a participação. A participação ativa evita que nasça o corrupto, impede que o dinheiro público seja encontrado numa conta particular e garante inclusive que seja usado de forma efetiva e eficiente (uma vez que o orçamento é autorizativo e não obrigatório).

A democracia é uma prática de conquista diária, é a luta pela minimização de interesses egoístas e a busca pelo coletivismo. Viver democraticamente de fato é um passo evolutivo.

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