sábado, 5 de janeiro de 2013

End Game




No fim, quando chega ao fim mesmo, não há beijo de despedida. Não há nenhuma música romântica tocando enquanto se afastam... apenas um zumbido surdo e irritante que não cessa nunca. Nunca!

Os números não precisam ser apagados do celular, pois já estão na memória de qualquer forma. Apenas não se quer ligar mesmo, não tem mais por que! A devolução de pertences alheios se faz sem cerimônia. Por um amigo ou uma amiga em comum. O que der. O resto não se faz questão. Perfis sociais modificados por frases que alcancem de alguma forma o outro, do outro lado. Ora que machuquem, ora que façam refletir... 

A casa vazia, cheia de lembranças despedaçadas. A alma vazia, cheia de hematomas metafísicos, enrugada, acuada em algum lugar do estômago que dói... (preciso daquelas pastilhas para gastrite...)

O amor, sentimento puro e verdadeiro, cede à frustração e ao constrangimento. Busca-se rotas de escape, fugas, paliativos, algo que preencha, nem que seja só por uma noite, o vazio deixado pelo outro. Busca-se apenas, sem perspectiva de encontrar de fato. Não há muito a ser feito, a não ser parar de esperar.

Os finais de semana que eram vazios tornam-se terrivelmente vazios. Os dias preenchidos por ligações preocupadas são bruscamente finalizados com um “the end” gigante. Entre um copo e outro, entre um corpo e outro, entre um filme e outro, entre um beijo e outro: apenas o torpor e a mesma hanseníase sentimental de uma vida sediciosamente estranha. 

A vida segue cambaleante. Como um ébrio que não consegue sustentar a si mesmo. Ambos livres para escolherem suas próprias escolhas... percorrer seus próprios caminhos. Se cada segundo foi uma eternidade, observemos o que vem pela frente.

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