sábado, 5 de janeiro de 2013

Complexidade ou a busca da bifurcação do vácuo emocional




Era hora de seguir. A passos lentos, sim, a passos lentos!

Era o momento certo de fugir, desistir. A hora exata de não buscar. Quando se busca o outro a possibilidade de frustração aumenta potencialmente. O inferno é o outro. O paraíso é o outro. 

O entretempo de não busca é eterno. É maçante, é anacrônico: o tempo é a telófase de si mesmo e gera uma distensão insuportável:  um paradoxo.

Esse vácuo de emoções, entretanto, é lamentavelmente necessário. Ele é o ventre gerador de matéria. De novidade. De existência. O vácuo emocional é a fração eterna do segundo que antecede o Big-Bang - esse que transforma tudo que não é em existência levemente superior. É quando as coisas voltam a fazer sentido, pois o tempo novamente segue sua trajetória caótica, porém, perceptível.

Ir em frente é importante quando permanecer é insuportável: ir em frente é importante quando não existe tempo, só para ter a sensação – meros impulsos elétricos via neurotransmissores – de estar vivo num mundo feito de sensações. 

Um dia (e pode ser que esse dia nunca chegue no tempo que nos é dado para estar no mundo de sensações) um devastador Big-Bang da início a marcha inexorável do tempo e do espaço, e tudo que era vácuo é preenchido com as mais quentes e belas possibilidades de vida, pois é justamente no meio do caos que nasce o novo. No desequilíbrio que surge a novidade e tudo que era vácuo não passa de lembranças risíveis.

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