sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sonhos de superfície



E depois de tempos voltam os sonhos de superfície. O limiar entre o real e o Real. Ele passa pelo dia como quem espera a noite, mas não quer dormir. Sonhos de superfície... Recapitula todas as cenas, verifica os ângulos como um diretor de cinema. Engraçado! Todas as recapitulações são em terceira pessoa: ele se lembra da cena como realmente tivesse assistindo um filme, se vê conversando, mas não consegue estar na cena, por medo talvez de ver o ódio irradiado para o ambiente, ódio que sai do olho que se perdera em tempos remotos. Rebobina. A cena muda conforme a realidade que se desejava que fosse. Mas é apenas uma projeção de como poderia ter sido. Sonhos de superfície.

O ódio irradiado projetado numa tela já usada é a temática principal da película. Imagina se ódio causa poluição ambiental, mas percebe que não tem provas científicas e decide permitir (como se dependesse de sua vontade) que vagarosamente as cenas se confundam e se misturem. Propositalmente deixa-se levar pelo mundo dos sonhos de superfícies, de cenas montadas, de realidades paralelas de mundos que só ficarão no campo da ficção.

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