Dois casos terrivelmente reais me chamaram a atenção durante minhas samanas insones. O primeiro, com um colega da infância distante, pouco depois dos tempos imemoriais ou outro conto depois:
O rapaz, astuto, galanteador e zombateiro conquistou o coração da que eu chamo aqui de Maria Lúcia. João do Santo Cristo – esse rapaz que requestrou Maria Lúcia – sabia que a mulher que havia conquistado era mulher de um certo Jeremias, maconheiro e sem vergonha, traficante de bolinhas de gude da pacata vila de Santo Sebastião. João do Santo Cristo encontrava-se em perigo e resolve fugir para terras distantes, para além de grande Taguatinga, com sua amada Maria Lúcia, ao que Jeremias, traído pela mulher que havia escolhido para si, das tantas mulheres existentes no mundo que poderia envolvê-la com tapas, socos e pontapés, caiu em profunda desgraça. Deprimido, zombado em sua vila, saiu a procura dos dois desventurados.
O tempo passou ligeiro. Joãos do Santo Cristo com sua amada viveu feliz por todo esse tempo. Fizera em Maria Lúcia uma linda donzela que já completava seus três anos, cada dia mais astuta, engenhosa e serelepe que onde chegava chamava atenção de todos evidentemente. Nesse interim de felicidade vivia João do santo Cristo sem sbaer que o perigo o espreitava ao longe.
Num belo dia, quando João do Santo Cristo saiu para compra broas quentes, feitas pelo padeiro da região, panificação preferida de sua filha e mulher, foi seguido por Jeremias, que o havia encontrado há tempos por informação de um comparça, e estava a espreita esperando oportunidade ideal para acertar as contas. Assim que chegou em casa, João do Santo Cristo, feliz como é feliz um homem que ama, senta-se e compartilha com suas duas amadas as broas quentes recém assadas quando de repente, mesmo antes que os primeiros pedaços de broa fossem degustados, entra violentamente pela porta, espera que João do Santo Cristo o reconheça e saiba do que se trata tal empreendimento. João tenta esboçar um “ pelo amor de Deus não faç...”, mas Jeremias o acerta impiedosamente com cinco tiros de um instrumento de fogo. Olha para a mulher perdida, aponta o instrumento em sua direção, mas não consegue atirar na mulher que ainda amava e sai em disparada antes que as autoridades chegassem.
O corpo sem vida de João do Santo Cristo caído ao chão, ochoro de Maria Lúcia abraçada ao corpo e a criança com o olhar perdido, trêmula, imberbe em neblina. Pouco tempo depois a criança que nunca mais fora a mesma desde do dia trágico, não se mostrava serelepe nem engenhosa, não saiu mais de casa e um dia de chuva em pleno mês de novembro, sua mãe a encontra morta no lado da cama onde seu pai costumava dormir. Morreu de tristeza e dor.
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