A Suzana quase teve um enfarto
quando perguntou para filha, a Julinha, o que ele queria ser no futuro
__ Quero ser uma sereia
__ Sereia?
__ É, mãe, sereia! Daquelas com rabo grande e conchas nos seios.
Claro que isso não seria um problema se a Julinha não tivesse dezessete anos...
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“Bem”, pensou a Suzana, “não é uma médica como queria que fosse, mas tem lá seus mistérios”
O pai de Julinha, o seu Antenor, se opôs drasticamente a idéia. Era um homem de princípios e mais tradicional que rótulo de aveia Quaker:
__ Filha minha não sai por ai mostrando rabo pra ninguém!
Mesmo assim, após muita insistência da Suzana acabou cedendo, mas aconselhou a filha:
__ Tome cuidado, minha filha! Você sabe o que fazem com peixe né?
__ Não, o que papai?
__ Cortam a cabeça e comem o rabo...
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O namorado da Julinha ficou desconsolado com a descoberta, já que eles moravam no interior de Minas e ela teria que se mudar para o litoral e acabou recusando o convite de Julinha. Disse que talvez não ficasse bem de calda. Além do que, tinha outros planos para o futuro: ser Unicórnio.
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O enfarto veio mesmo quando soube da tragédia: no meio do caminho a Julinha se apaixonou pelo Saci- Pererê e foi morar na amazônia, depois teve um caso com o Curupira, que não é tão feio como falam e o mais próximo que chegou de ser uma sereia, foi um romancesinho de água doce com o Boto-Cor-De-Rosa.
3 comentários:
muito bom cara, e adorei esse, excelente mesmo, me fez lembrar o estilo de Verissimo.. Otimo
Valeu, cara!
è realmente gratificante lebrar Veríssimo, mas nao cheguei a tanto ainda!
hahahaha! AMEI!! Bom demais!
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